segunda-feira, julho 10, 2006

Os sentidos do gato

Olá

E como este é o meu post 6, que tal falar dos 6 sentidos dos gatos?
Visão
Os olhos dos gatos são muito mais perfeitos do que os do homem. Ouve-se frequentemente, dizer que os gatos vêem na escuridão, o que não é verdade.
De facto o que acontece é que os olhos dos gatos conseguem captar a mais pequena réstia de luz que haja. Essa luz é depois reflectida por um “espelho” que existe por trás da retina: é o “tapetum lucidum” e é composto por 15 camadas reflectoras. No gato doméstico, o brilho nocturno dos olhos é verde, excepto nos gatos de olhos azuis. Nestes o brilho é vermelho. Isto acontece porque os gatos de olhos azuis são parcialmente albinos não possuindo determinados pigmentos. São, portanto, os vasos sanguíneos que brilham à transparência.
Audição
A capacidade auditiva do gato é bastante elevada, como já tive ocasião de referir, quando falei das câmaras de ressonância auditiva, existentes no crânio deste animal. Além disso as orelhas normalmente grandes e direitas, conseguem distinguir um som numa fracção de segundo.
Olfacto
Este sentido no gato, não sendo tão apurado como no cão, é porém muito superior ao do homem. Além disso os gatos possuem um segundo órgão olfactivo localizado a frente do céu-da-boca. É o órgão de Jacobson. Para o activarem os gatos entreabrem a boca e franzem o nariz. É o chamado reflexo de Flehmen. Há certos cheiros que agradam especialmente aos gatos, como, por exemplo, a hortelã e a valeriana. Acontece, por vezes, um gato evitar determinada pessoa, apenas porque não gosta do cheiro dela.
O paladar
Os gatos têm um paladar muito apurado e são, por vezes, bastante esquisitos com a comida que se lhes dá.
Na face superior da língua do gato existem pequenos ganchos córneos que a tornam muito áspera. São esses pequenos ganchos que permitem ao gato fazer a limpeza do corpo.
O tacto
Para além dos pêlos do bigode, o gato possui outros tufos de pêlos tácteis sobre os olhos, nas faces, no queixo e na parte de trás das patas dianteiras. Estes pêlos nunca devem ser cortados ou arrancados pois o gato ficará inseguro e em grande sofrimento psíquico.
O sexto sentido
Os gatos são altamente sensíveis às vibrações. É esta hipersensibilidade à vibração que lhes permite aperceberem-se de situações de perigo e lhes dá a fama de possuírem capacidades telepáticas.
Por detrás do belo focinho e do olhar penetrante do gato há sempre algo de perturbante e insondável – um âmago exótico e secreto, eco de uma ligação ancestral a cultos sagrados e à necromancia. Os gatos são magia pura.” – in “Grande Livro do Gato” – David Taylor
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Antes de me despedir, só duas palavrinhas.
Uma, para agradecer a quantos me têm visitado, a mim e aos meus gatos. Bem hajam.
Outra, para vos lançar um desafio: e porque não os vossos comentários contando também as histórias dos vossos animais? E que tal umas fotografias?
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Até para a semana.
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Rita

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Bombom
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A Cinzenta e a filhota Bombom
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Jacob
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Risquinhos
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Já tive ocasião de falar da Cinzenta e dos seus filhotes. São quatro. Lindos a valer – a Rita, a Bombom, o Jacob e o Risquinhos. Já dão pelo nome, mas é ainda muito difícil estarem todos ao pé de mim. Logo que a mãe dá por isso, chama-os com uma rosnadela e é vê-los obedecer e a desaparecerem em correria.
É uma gata bastante misteriosa. Ainda não consegui compreender a sua maneira de ser. Não foge de mim, mas também não se aproxima (será que é o meu cheiro que não lhe agrada?). E para além de não deixar os filhotes aproximarem-se também desaparece com eles todas as semanas, durante um ou dois dias. Mas o mais grave é que, sempre que voltam, a gata traz um novo gato com ela. Gato adulto, claro. Primeiro foi um malhado de preto e branco. Depois um siamês. Agora são dois gatarrões de uma linda cor
creme, ligeiramente listados. Iguaizinhos um ao outro e muito parecidos com o pequeno Risquinhos.
São todos gatos lindos e bem tratados. Mas enquanto ela vai dando as suas voltas (para visitas sociais ou novas conquistas?) os gatos por cá vão ficando. A juntar ao Preto, que voltou a aparecer, e ao Lingrinhas, que por vontade dele se mudava de vez cá para casa, somam já onze gatos a passearem-se pelo jardim. Começa a ser demasiado para um humano só…
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“Acerca de gatos

Em Abril chegam os gatos: à frente
o mais antigo, eu tinha
dez anos ou nem isso,
um pequeno tigre que nunca se habituou
às areias do caixote, mas foi quem
primeiro me tomou o coração de assalto.
Veio depois, já em Coimbra, uma gata
que não parava em casa: fornicava
e paria no pinhal, não lhe tive
afeição que durasse, nem ela a merecia,
de tão puta. Só muitos anos
depois entrou em casa, para ser
senhor dela, o pequeno persa
azul. A beleza vira-nos a alma
do avesso e vai-se embora.
Por isso, quem me lambe a ferida
aberta que me deixou a sua morte
é agora uma gatita rafeira e negra
com três ou quatro borradelas de cal
na barriga. É ao sol dos seus olhos
que talvez aqueça as mãos, e partilhe
a leitura do Público ao domingo”.

Eugénio de Andrade

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