quarta-feira, outubro 04, 2006

DIA MUNDIAL DOS ANIMAIS

Olá

Que surpresa “verem-me” aqui hoje!
Realmente não é meu costume aparecer a meio da semana. Mas hoje é um dia especial: o Dia Internacional dos Animais. Não podia deixar passar esta data em branco. De maneira nenhuma!
Como já devem ter notado, gosto imenso de gatos. Mas o meu carinho e respeito vão, também, para todos os outros animais. Afinal, quando Deus criou a Terra, não a “ofereceu” só ao homem, mas a todas as criaturas vivas. A Terra e de todos nós, mas a Humanidade esquece-se disso amiudadamente. Lá vão tendo um “dia mundial” para, ao menos uma vez no ano, todos se lembrarem dos animais, ditos irracionais…
Escolheu-se o dia 4 de Outubro. Por acaso? Acho que não.
Quando se fala de S. Francisco de Assis de imediato se associa o seu nome e imagem aos animais. E S. Francisco de Assis morreu a 3 de Outubro. Mais propriamente, a 3 de Outubro de 1226. Então porquê o dia 4 de Outubro?
É que, ainda hoje, os peregrinos se dirigem ao Santuário de Porciúncula, à Capelinha de Santa Maria dos Anjos para, na noite de 3 de Outubro, celebrarem a morte de S. Francisco; e no dia 4 de Outubro há então a festa em que, na grandiosa Basílica de Assis (magnificamente decorada com frescos de Giotto, todos alusivos à vida de S Francisco, de Giovanni Cimabue e de Simone Martini) se celebra a glória do Santo.
São muitas as lendas que se contam acerca de S. Francisco de Assis e dos animais.
Uma das mais conhecidas é a do lobo e Gubbio. Os homens desta cidade andavam assustados com a existência de um lobo ferocíssimo que punha em perigo as vidas de pessoas e animais. S. Francisco resolveu ir ao bosque procurá-lo e falar-lhe. O lobo escutou-o, admiradíssimo pelo tratamento que o Santo lhe dava: “Irmão Lobo”. E logo fizeram um pacto de paz que se estendia a todos os habitantes de Gubbio. A partir de então o lobo passeava-se tranquilamente pelas ruas da cidade e comia o que todos lhe ofereciam.
Conta-se, também, que quando S. Francisco de Assis subiu ao Monte Alverne, para rezar, foram as aves que o receberam cantando à sua volta. E durante todo o tempo que o Santo esteve no Monte era um falcão que o acordava pela manhã.
E muito mais histórias se poderiam contar. Por certo todos vós sabem algumas. E sabem também, por certo, que S. Francisco de Assis nos deixou alguns belos escritos. Não resisto a transcrever parte de um salmo por ele composto, já nos últimos anos da sua vida: O “Cântico das Criaturas”.

“…
Louvado sejas Tu, ó meu Senhor,
por todas as tuas criaturas,
principalmente pelo senhor irmão Sol,
que dá luz ao dia, e por quem nos iluminas.
Ele é belo e brilhante com grande esplendor,
de Ti, Altíssimo, ele traz o sinal.

Louvado sejas Tu, ó meu Senhor,
pela irmã Lua e pelas Estrelas;
no céu as colocaste,
claras, preciosas e belas.

Louvado sejas Tu, ó meu Senhor,
pelo irmão Vento,
pelo Ar e pelas Nuvens e pelo Céu Sereno
e por todos o tempos,
pelos quais dás às tuas criaturas o apoio.

Louvado sejas Tu, ó meu Senhor,
pela irmã Água,
que é muito útil e humilde,
e preciosa e casta.

Louvado sejas Tu, ó meu Senhor,
pelo irmão Fogo,
pelo qual iluminas a noite,
que é belo e alegre, robusto e forte.

Louvado sejas Tu, ó meu Senhor,
pela nossa irmã Terra,
que nos sustenta e nos governa,
e produz muitos frutos
com a erva e as flores coloridas.
…”

Obrigada pela vossa paciência.
E, já agora, vamos todos respeitar os animais. A Terra também é deles.
Até breve.

1 comentário:

Chanesco disse...

Uma bela lição de história sobre a vida de S. Francisco de Assis.
Mas o que destaco essencialmente, é a lenda do lobo que me faz lembrar a minha terra, sobre a qual se centra o meu blog.
É que a festa anual, à qual dediquei os quatro últimos posts, teve origem numa lenda semelhante.
Esta lenda terá o seu post um dia destes.

Cumprimentos aqui da Raia.