domingo, junho 18, 2006

Gato – animal diabólico

Olá

Falava-vos eu do culto que os egípcios tinham pelos gatos. Essa adoração era de tal forma que, quando um gato doméstico morria, todos em casa punham luto e rapavam as sobrancelhas.
Do Egipto os gatos domésticos passam para a Grécia e para a Itália, onde aparecem no século I D.C..Mais tarde o gato é levado pelos romanos para a Europa Central tendo-se aos poucos espalhado também pela Europa do Norte. Em Inglaterra, por exemplo, pagava-se uma multa sempre que se matasse um gato. Havia, até, um preço estipulado para venda de gatos, chegando mesmo um gato bom caçador a atingir o preço de um vitelo.
Até finais do século XIV o gato continuou a ser um animal querido e protegido. Porém, a partir de então, passou a ser considerado um demónio, um ajudante e companheiro das bruxas. Foi largamente perseguido e muitos eram queimados em fogueiras. Só recentemente o gato voltou a ser considerado com animal de estimação, se bem que já há muito tivesse deixado de ser perseguido.
Por curiosidade, os gatos existentes na América são todos descendentes dos gatos levados a bordo dos navios, pois naquele continente, bem como na Austrália, não existiam gatos domésticos.
Permitam-me que acabe novamente com um belo pensamento sobre gatos, este de Théophile Gautier.
“Se souberem ser dignos de um gato, ele tornar-se-á vosso
amigo, mas nunca vosso escravo.”
Até breve.

Uma vez mais o meu querido e saudoso Giló

A Lili

Depois da morte do Giló, eu disse nunca mais querer nenhum gato. De nada me valeu esta “vontade”. Um dia, como presente de aniversário (fez agora três anos), a minha filha Inês, o meu genro Carlos e os meus netos, a Mafalda e o Guilherme, apareceram-me com um presente maravilhoso. À frente vinha a Inês com uma doce gatinha.E depois cada um trazia um acessório diferente, desde a comida, até à caminha, passando por brinquedos e tudo o mais que um gatinho precisa.
E foi à Lili, que ternamente chamamos de Menina, que eu um dia fiz estes versinhos.


Lili

Há dois anos recebi
Pelos anos um presente
Que, por gatos adorar,
Eu fiquei muito contente.

A minha filha ofereceu-me
Enroscada num cestinho
Gatinha toda laroca
E de olho azulinho.

Com a ajuda dos meus netos
Um nome logo escolhi
Não podia ser melhor
E logo ficou Lili.

A Lili para onde eu vou
Lá vai ela atrás e mim
Dá-me beijos e turrinhas
E dentadinhas…enfim!

E com tanta simpatia
O dono até conquistou!
Menina pôs-se a chamar-lhe
Por “nossa menina” ficou.

E a nossa gata Lili
Com seu arzinho adorado
Foi mesmo o melhor presente
Que me podiam ter dado.

In “Pedaços de Mim”
Nº 13 – 25 Poemas – Folheto Ed. 2005

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